sábado, 26 de novembro de 2011

o imprevisto


  Meu amor, eu encontrei de saída do coração de uma outra mulher. Ela, de certa forma, ainda o queria mas eles juntos não se davam bem. Era tarde de domingo quando eu sai caminhando de casa para espantar o tédio da minha vida e fui de encontro ao acaso que a reconstruiu. Sergio tem o sorriso doce e discreto. Segura na minha mão com firmeza, o que me faz crer no orgulho que ele tem de me ter ao seu lado. Mas eu devo esse encontro a Celina que embora parcialmente distante, ainda compartilha muitas alegrias com a gente, uma relação fruto de um passado vivido dignamente feliz. Anselmo e Loraine são jovens adoráveis, vivem entre a casa da mãe e a nossa. Sergio e eu já nos conhecíamos da lojinha de conveniência do posto da esquina. Eu lembro uma troca de olhares enquanto eu escolhia uns petiscos e ele lançava a mão num saco de carvão. Mas foi conhecendo Celina, naquele ritual de prender a bicicleta e dar aquela caminhada para esticar as pernas sob arvores que nós nos combinamos de seguir juntas e foi aquele "conversê", falando de cremes e endereços secretos que toda mulher gosta que nós nos descobrimos. Nesse dia, seu encantamento era todo por Mariano. Nem se falou em Sergio. E como nos entendemos perfeitamente bem. Dias depois, a gente marcou e bateu ponto, as duas, no parque e depois no salão e no bazar mas também na floricultura, ao menos uma vez por semana. E no dia em que Celina e Mariano receberam Vicente, o namorado de Loraine, eu estava lá para um drink quando chegou Anselmo trazido pelo Sergio e inevitavelmente, deu-se o reencontro que eu esperava, desde aquele dia em que a gente se curtiu.