segunda-feira, 8 de outubro de 2012

andanças & comilanças







Uma vez esperando um vôo pra casa entrei numa livraria do aéroporto em Curitiba e comprei um livro que me pareceu curioso. "A morte do gourmet", de Muriel Barbery é uma historia que conta os ultimos dias da vida de um gourmet. Ele é um homem dificil, genioso, bastante arrogante.  No final da vida depende da generosidade das pessoas para desvendar um mistério: o nome de alguma coisa que comeu e que gostaria de saborear mais uma vez mas que não está conseguindo lembrar. Capitulos e mais capitulos nessa busca ele acaba se satisfazendo com um   punhado de bolinhos de chuva comprados numa padaria da esquina, proximo de casa. O segredo todo era que os tais bolinhos eram embalados num saco de papel pardo e embolados no transporte, acabavam se grudando e dando um sabor especial. Eu entendo o que é isso. As vezes lembro sem nenhum esforço de cheiros e sabores de iguarias que provei. Eles me vem do nada: o gosto de um bolo de caixinha ou de um pastel de queijo, um pão com molho, um cheirinho de chiclettes, um bolo peteleco com sorvete de flocos mas talvez esses sabores não sejam mais encontrados. Pois, o bolo de caixinha vinha com gosto de banho de piscina no clube, o pastel de queijo vinha com cheiro de recreio da escola, o pão com molho com gosto de comidinha caseira, o peteleco com sorvete de flocos com cara de aniversario e encontro da "primalhada" e os chicletinhos com aroma da mesada na casa da vovó. E você, lembrou de quê?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Essa semana, na tentativa de liberar meus gatos pra rua, tirei as telas das janelas e quando voltei pra casa, de 2 gatos fiquei com 3. Julião choramingava à noite toda pedindo pra ficar, dorme na casa vip que comprei pra meus gatos e nenhum quis, toma agua na fonte que meus gatos nem tentaram... é, um forte candidato... comprarei eu mais uma briga com os felinos da casa? a ultima dura até hoje...faz 6 anos. Tres dias e ele tah mais calmo, dormindo numa janela do lado de fora da casa, chorominga ainda um pouco. Sera que é porque lembra que tah fora? Mas como fica feliz quando lhe massageio o lombo...

sábado, 26 de novembro de 2011

o imprevisto


  Meu amor, eu encontrei de saída do coração de uma outra mulher. Ela, de certa forma, ainda o queria mas eles juntos não se davam bem. Era tarde de domingo quando eu sai caminhando de casa para espantar o tédio da minha vida e fui de encontro ao acaso que a reconstruiu. Sergio tem o sorriso doce e discreto. Segura na minha mão com firmeza, o que me faz crer no orgulho que ele tem de me ter ao seu lado. Mas eu devo esse encontro a Celina que embora parcialmente distante, ainda compartilha muitas alegrias com a gente, uma relação fruto de um passado vivido dignamente feliz. Anselmo e Loraine são jovens adoráveis, vivem entre a casa da mãe e a nossa. Sergio e eu já nos conhecíamos da lojinha de conveniência do posto da esquina. Eu lembro uma troca de olhares enquanto eu escolhia uns petiscos e ele lançava a mão num saco de carvão. Mas foi conhecendo Celina, naquele ritual de prender a bicicleta e dar aquela caminhada para esticar as pernas sob arvores que nós nos combinamos de seguir juntas e foi aquele "conversê", falando de cremes e endereços secretos que toda mulher gosta que nós nos descobrimos. Nesse dia, seu encantamento era todo por Mariano. Nem se falou em Sergio. E como nos entendemos perfeitamente bem. Dias depois, a gente marcou e bateu ponto, as duas, no parque e depois no salão e no bazar mas também na floricultura, ao menos uma vez por semana. E no dia em que Celina e Mariano receberam Vicente, o namorado de Loraine, eu estava lá para um drink quando chegou Anselmo trazido pelo Sergio e inevitavelmente, deu-se o reencontro que eu esperava, desde aquele dia em que a gente se curtiu.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

o farejador


Hoje à noitinha, saindo do trabalho avistei um cachorroo. Ele vinha na minha direção. Nós nos aproximavamos cada vez mais. Era um cão de uma certa idade. Ele me interessou pois tinha um passo determinado e chegando na esquina dobramos na mesma rua, trilhavamos o mesmo caminho. Lado a lado, eu, encantada por ele e ele nem me "dando bola". Não por desrespeito mas porque vinha concentrado, sério. apertando o passo. Desde o início era: duas pegadas e uma cheirada. Lépido e fagueiro, o tal cachorrinho procurava seu rumo. Como disse antes, ele não era jovem mas tinha seus objetivos. Por um instante fixou o olhar do outro lado da rua, como se tivesse avistado alguém que lembrava o dono. Olhou bem, até se certificar que não era. Por causa do cair da noite, era difícil de reconhecer alguém, mesmo que fosse um antigo companheiro. Então, muito rapidamente, retomou as buscas: era, duas pegadas saltitantes e uma fungada na calçada. E eu ali, torcendo pra que ele chegasse. De repente, parou e percebendo o equívoco em seguir naquela direção, fez meia-volta e se foi, no mesmo tranco. Fiz votos para que aquele "senhorzinho" encontrasse logo o seu destino.



NOTA: esse é um fato real e escrevo em homenagem a minha tia Alice. Ela nos ensina o amor pelos animais.

sábado, 30 de julho de 2011

O que vou descobrir desta vez?

Férias é uma palavra boa, transmite uma alegria que vem da alma. Tempo de liberdade. Acordo livre do despertador, livre das obrigações, livre daquele trajeto escravo sem opção. Olho a natureza, me alimento devagar e experimento distâncias de tarefas cotidianas e pessoas que nem lembro mais porque e quando começamos esse jogo de encontros que se tornou tão banal.



foto:cena de um filme que descobri nas férias (le hérisson)