quarta-feira, 28 de maio de 2008

Vida bandida

Meu analista me tira a chupeta, o urso de pelúcia, aquela fralda companheira e isso é muito triste e me doi. Lá vou eu chorar meus amores ausentes, minha covardia em aceitar os fatos, lamentar quem eu não posso ser. Saio reconfortada. Me sinto uma caixa de pêssegos bonitos, rosados e frágeis. Riqueza e fartura.

sábado, 10 de maio de 2008


Todo filho busca a foto das mãos de sua mãe em Hollywood. Todo filho enxerga sua mãe a atriz mais célebre do mundo. Se eu fosse desse tipo teria encontrado uma sósia de minha mãe na Africa, mais precisamente, "Casablanca". Ela se parece imensamente com Ingrid Bergman, no filme. Mas quem a conhece sabe que o faço sem exageros. Minha mãe é do tipo mal exemplo: parece nunca exigir nada, nunca tem uma dor de cabeça, pelo menos que eu saiba, não tem ciúmes. nem raiva. Esse tipo de mãe, tão impecável é muito útil, encoraja todo mundo a não ter filhos pois é impossível ser assim. Até meus gatos, hoje em dia disputam meu colo. É instinto de todo ser vivo querer o melhor pra si e depois pensar nos outros. Essa constatação talvez não seja válida para toda e qualquer mãe. Quando eu tinha 10 anos achava minha mãe o máximo, embora ela me desse livros no natal Ela tinha 40 anos e eu tratei de escolher no mínimo 2 peças do seu vestuário que eu guardaria no meu armário e usaría no dia em que eu seria igualzinha a ela, nos meus 40. Cruz credo! hehehe Nunca cheguei nem perto por outro lado, não tenho coragem de me desfazer das peças. Que saudades daquela ilusão.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Lei da relatividade

Minha questão "é relativa", relativa ao tempo. Reencontrei há pouco uma pessoa que eu não via há vários anos. Nesse encontro que se deu virtualmente tive a sensação de que vivo no meu tempo, vê-la só me fez lembrar de uma época passada, sinal de que tenho memória, me senti "relativamente" jovem". Nossas vidas mudaram horrores mas continuamos por aí "aprontando, cada uma, das suas. Nosso papo foi mais ou menos assim: "olá! Como tens passado?" Habitualmente nessas horas a gente fala: incrível! Voce não mudou nada... É mas devo confessar-te que o que aconteceu não tem absolutamente nada a ver com isso. Olhei uma foto da tal pessoa, nos falamos longamente por MSN lembramos fatos de longa data. Imagina, duas virgínianas, detalistas extremadas embora lembrassemos passagens diferentes nos surpreendemos uma com as lembranças da outra. Mas naquela fisionomia, nenhuma garantia de que tínhamos nos visto antes. E assim como eu a vi, uma desconhecida na minha frente, como se tivesse roubado o chip de minha memória eu também devo ter parecido uma estranha espiã. Mas tem como evitar esse traiçoeiro encontro com o tempo?

quinta-feira, 1 de maio de 2008

(H)azar(d) em francês significa "destino"


Lembro muito bem de um personagem que habitava minha infância. Um fiel companheiro, que presente em todas as investidas de um leão, temia e lamentava sua sorte sem questionar a submissão ao seu destino, muitas vezes, cruel. Desde pequena somos levados a refletir sobre nossa existência? Ou será que esse desenho animado era pura diversão? Por mais alegrias que eu experimente tem sempre os dias de dizer: oh dia, oh vida, oh azar...